o que os outros pensam de mim, o que eu mesma penso de mim, o que eu me levo a pensar, o que é carne, o que é belo, o que é estético, o que é o fim, e os inícios que se iniciam diariamente e me permitem a abertura desses olhos, um no meio da testa, outro no meio do peito, outro no meio do sexo, outro na sola dos pés, você pensa que me atinge mas só eu consigo me fazer movimentar o interior e o exterior ao mesmo tempo, seu controle é nulo, só eu sei, you can’t save you from yourself, i can’t save me from myself, e tudo isso se encontra numa corrente de cachoeiras invertidas e olhares de canto de olho, não quer assumir se arrume, não consegue me ver sem ser um buraco?, sou um buraco completo, sou o buraco em sua própria essência de não ter fundo, seja o buraco da terra ou o buraco de minhoca, ninguém fica, SOU PASSAGEM, sou ponto de ônibus, sou ventania que deixa os cabelos esvoaçados e eu nem tenho cabelo, nem os outros, e quando eles tem não posso nem chegar perto, quem sou eu pra chegar perto? me ignoro. todos me ignoram, almejam mas ignoram minha sinceridade, meu corpo entregue, minhas palavras sem freio, meu carro desgovernado, meu acidente, eu sou meu próprio acidente e ainda não reconheci todo o estrago, estrago tão antigo, impossível de reparar, quem é você que entra em mim cheio de coragem mas pra soltar uma palavra de afeto é cheio de medo, me incomoda a liquidez, a normalidade, me finja demência, corra de mim, mas não me faça de besta, não fale nas minhas costas, não beije minhas costas, me elimine da sua lista, me faça confortável ou simplesmente fuja de mim, assim como todos, meu amor sobra, tenho amigos, animais, experiências e momentos muito mais dignos do que a sua memória, uma pena você se achar tão memorável, registro você com exclusividade pra poder te eliminar do peso que é te carregar dentro de mim, todos vocês, com as mesmas características, os mesmos defeitos, repita comigo: O PROBLEMA NÃO SOU EU. é você, é tudo que você representa e não tem coragem de mostrar, todos vocês, medrosos, mentirosos, desonestos, oportunistas e que no fim, me consideram um buraco pra vala que vocês carregam. carreguem sozinhos. não aguento mais carregar fardos e acreditar que eles são meus, assuma todos os b.os que você construiu até aqui, faça valer sua estadia, faça valer seu estado, sua palavra. cheia de ódio e ainda espalhando amor, como eu existo? como existir dentro dessa bola violenta, aquelas bolas de circo onde as motos andam e não se colidem, isso é absurdo. tenha o futuro que quiser, não me inclua nele se nele existir esse mesmo tipo de mentira que vocês conseguem transmitir pela saliva, pela palavra, que vergonha, sinceramente, de mim, de acreditar em palavras que não são minhas ou não se limitam à arte. me irrita me colocar num lugar de observação quando meu lugar é de protagonista, aguente o tranco, se veio até aqui, segura a bronca, infelizmente nenhum de vocês nunca me suportou o suficiente pra entrar em mim com veemência, e eu nunca fiz parte dos sonhos e planos, nem adianta me dizer que sim, eu jamais vou acreditar em palavras, chega de acreditar ou de esperar, é vergonhoso me dispor a situações onde me diminuo pra entender, sou grande o suficiente pra analisar e gritar a minha conclusão, e bem foda-se o que vocês acham, sempre foi assim, deve ser por isso que vocês nunca ficaram. nunca aguentaram a minha verdade, nunca aguentaram o meu conforto em amar, o meu conforto em incluir vocês nos meus planos de futuro. nem no presente eu consigo mais. não sirvo para nada além de prender o pau de vocês com a minha buceta apertada, nada como um gemido como puta que vocês já se abrem e confundem toda a cabeça da mulher. da mulher que sou, das mulheres que eu conheço, das mulheres que conheci, das mulheres que fui. acredita isso? bizarro. uma situação inadmissível pra quem já viu tanta coisa acontecer, de perto e de longe, não sou melhor que ninguém, mas sou melhor de quando percebi que vocês nada mais são do que o meu atraso, o meu retrocesso, onde eu me perco e dificilmente arrumo um caminho pra voltar. tantos anos, tantos meses, tantos dias, e nada de reciprocidade, enfia no cu tudo aquilo que vocês me disseram esse tempo todo, desde o primeiro dia, desde o primeiro amor ou o primeiro beijo no dia oito de agosto de 2004, e agora que cheguei em casa começou a chover, e agora eu entendo porquê. sou excesso, vomito, uso droga, falo demais ou calo demais, lapsos de realidade ou de achismos baseados na realidade, tudo observação de uma vida baseada em observação e ação perante ao objeto observado. amanhã que chova o dia todo. que eu me atrase, mas que eu perceba que a minha vida vale mais que esses minutos desgostosos da vida quando me situo em padrões que AINDA BEM não entrei, ou não participei. que eu consiga fugir de toda enrrascada que me coloquem, que eu prossiga sendo eu, sem sombra de dúvidas, sem medo de falar o que sinto, sem medo de sentir se eu sentir, e entender que o sentimento vai muito mais além do que eu simplesmente acho que é sentir. temporal. até parece que o amor não deu, até parece que não soube amar. eu soube. eu sei. eu sempre vou saber. eu sempre vou entregar tudo que é meu, quem me ensinou a amar dessa forma? nem se eu retornar a qualquer infância que eu tive, foda-se a infância que eu tive. olha o hoje, o presente, o momento, a chuva, a voz, a vontade, o digitar, a música, a experiência, o registro, a memória, o prazer de estar viva nesses pequenos momentos que divido com quem eu amo e me trata bem. dança contemporânea com a tami no meio da sala. café da manhã com a luz. saber me dividir entre as mulheres que eu amo. amar mulheres, valorizar mulheres, ouvir mulheres, ser mais mulher enquanto vivo esse mundo de me entregar pra homens totalmente desprovidos de si, desprovidos de bom senso e de profundidades, infelizmente é assim que vejo e assim que não consigo limpar a visão. ninguém me faz acreditar ao contrário, toda expectativa é quebrada, só mulheres conseguem me orgulhar ao máximo, só eu me orgulho das minhas ações, porque são exclusivamente minhas e válidas, todas as minhas tentativas de sair do fundo do poço, de ser o próprio cheiro do ralo. sou mais. fui mais. sempre sou. valorizo o que sei que vou conquistar, a minha dissimulação vai além até do que imaginei, sinceramente. chega a beirar a inocência, chega a beirar a ingenuidade quando me abro e em minutos, sou devastada por um comentário ou uma ação ou um retorno totalmente controverso do que eu imaginava. bizarro, novamente. crescer não tem a ver com maturidade, tem a ver com a caralha da interpretação e do valor que dou pras coisas, isso vai me afetar mas vai me afetar de outra forma, estou me construindo totalmente nova, novos materiais de construção, novas formas de me relacionar, chega de ficar em silêncio quando o grito é prioridade, e chega de gritos quando calar se faz necessário. tem coisas que sinceramente não consigo e não vou e me nego mesmo a explicar. uma vida seja ela de 24, 23, 25 primaveras (ou invernos, se eu for citar as tensões tão fracas em vocês, jovens homens), nada mais justifica atitudes como essa. não é burrice, não é dar de loko, é simplesmente ser vocês. falta pensamento, falta direcionamento, falta respeito, falta empatia, falta comunicação, falta sinceridade. existe falta em cada pedaço da relação com vocês. ela nunca é completa, vocês não permitem nem a entrada, nem a saída, nem o processamento de informações, agora só consigo imaginar vocês como bebês que gorfam o leite, a única fonte de alimento. não suporto ser tão alimentado por vocês. nós que carregamos essa porra nas costas e vocês sequer conseguem sugerir uma massagem. percebo que me tocar é muito mais viável e mais fiel a mim do que cada movimento que vocês fazem com esse corpo todo duro, todo interessado só em penetrar lugares e os meus (nossos) buracos. eu novamente me posiciono como buraco e como falha na matrix, na minha matrix, na sua e na de todo mundo. queria sumir e contar toda a minha história de novo sem essas amarras, essas trancas, essas portas todas carcumidas por cupins, vocês são a praga, vocês desencadeiam uma versão completa de pessoa que não somos, coitadas de nós que acreditamos simplesmente no ser humano sem um pênis. maldita sociedade fálica e patriarcal, eu tenho que todo dia me moldar pra encaixar em você ou te desconstruir pra poder entrar, porque você não deixa, nunca deixou, vou te superar antes do esperado e crescer com essa relação. e não permitir que outra me tire o eixo. o eixo sou eu e isso que faço com direção, cada palavra um sopro do que de fato eu quero dizer, não quero me prender a simplesmente digitar e descolar de todo isso que me cola. sou fita dupla face, sou a caralha da fita isolante há anos, guardo meus remédios pra quando estiver sozinha. tomo atitudes (ou quero tomar) totalmente contrárias, é o teste, já diria criolo. já diria eu, em todos os meus lamentos masculinos, esse socorro de me tirar daqui, essa receita mal feita de mim fazendo parte de um casal que nunca vai caber, porque eu sou grande demais pra caber em alguém. se um dia essa pessoa aparecer, vou me sentir tão confortável que não terei medo de escrever que mudarei de ideia perante a ter um filho. por enquanto, essa ideia é simplesmente inexistente. que eu morra aos 45, mas não tenha que me relacionar com homens nesse nível novamente. com homens, no geral. como promessa. ou de fato, conseguir expelir a expectativa de dentro de mim, achando que algum deles conseguirá me deixar confortável ou me decifrar por querer, não porque eu pedi. i’m a flirt. não tenho nem intenção mais de usufruir. por mim, sumiria todos. TODOS. você sabe de quem eu tô falando. você sabe muito bem de quem eu quero falar. você sabe muito bem quem foi o personagem disso tudo. a única pessoa que vai ler isso tudo sou eu. eu, Luiza. guilhotina não pensa, só corresponde a mim. queria que escrever fosse infinito. não queria parar nunca. queria que meus dedos estivessem colados e só correspondessem esses meus pensamentos controvérsos e puro verso de gente mal amada, cheia de dores incuradas, sou completamente doente por uma doença que eu criei, eu mesma me injetei. percebe? percebe toda a contradição? eu percebo, eu vejo, eu vivo, eu sinto, eu leio, eu vivo, eu vejo, não tem como mudar isso. essa é a minha verdade não-absoluta, porque nada nessa porra é absoluto, a não ser o calor infernal do núcleo dessa porra de planeta que eu moro na crosta.
guilhotina
fuck them all