era pra ser só a terça da vacina

e ainda choveu no fim. o cara na rua tocando racionais, eu não suportei tanta causalidade e desabei como se fosse perder tudo. senti facadas no peito enquanto eu chorava no banho, eu mesma me mutilando ali escorrida em tudo que eu escolhi pensar. (tento) respiro fundo ainda com vergonha de ter recebido aquele momento paralelo com tanta vivacidade, ainda estou com a sensação de corda no pescoço enquanto escrevo. insisto em relevar e só deixar ir, que a quetiapina vá fazendo efeito e eu só vou abaixando meu olhar porque não aguenta mais me ver nem dentro nem fora de mim. não me suportei. sucumbi, foi a palavra que usei. eu tive certeza por poucos minutos que não aguentaria mais. almejei na última sessão e conquistei a medalha, saí vitoriosa da minha guerra. mas não compensa mais, não adianta mais, não consigo e nem quero pensar em possibilidades que possam modificar esse estado. imprimi aquilo nas paredes da minha cabeça, meu corpo não acompanhou tanto movimento num dia só. eu nunca me dei paz por completo. nem quase por completo. permaneço sem perspectiva de um futuro muito longo, acho que justamente por conta dessas crises. agi da melhor forma, até que fui delicada comigo, mas ela me rasgou. quero sentir amanhã quando acordar qual será a sensação.

e ele continua sendo o núcleo de tudo

Publicado em Sem categoria

Deixe um comentário