uma semana depois

pra não fugir do ofício, não fingir que só funciona quando é no papel, vou digitar. ainda não me debrucei nele para dizer o que senti e o que sinto depois do lançamento. talvez a apatia tenha me tomado numa proporção desconhecida, ou talvez eu só esteja mais atenta as coisas. eu tenho estado atenda ao meu corpo, aos meus incômodos, a tudo que me remete àquele lugar que pra mim hoje totalmente inacessível. não quero habitar mais as sombras, a penumbra que me dá medo, a ausência da possibilidade. quero respirar ao ar livre só. eu só quero respirar. engraçado algumas frases me fazem chorar logo de primeira, quando escrevo. não quero nem escrevê-la novamente pra não dar continuidade ao choro. essas são as cores do meu ao vivo que sempre direcionei minha escrita. tão bagunçada, coitada, não sabe pra onde vai, nem do que fala. só remete ao fascínio da forma das palavras como os sentimentos que carrego agora na garganta. minha ferramenta é essa, é assim que as coisas funcionam por aqui. cada vez mais parecida comigo mesma, de fato. de uma pessoa que suporta a vida sem definhar, que se retroalimenta de significado, que faz e fala por prazer, não por desespero. tudo que eu escrevi até aqui parece que faz mais sentido agora, do que no momento em que escrevi. mas lembrando que as coisas nunca perdem o(s) sentido(s), não pra mim, não dentro da famosa narrativa.

e que belíssima narrativa, diga-se de passagem. que belíssimo personagem criei de mim mesma. criei monstros e anjos ao longo desse tempo todo, só agora busco ver a verdadeira face dessa que escondi tanto tempo de mim. quem, se não eu.

dá pra discorrer sobre isso de milhares formas, mas prefiro conceber à mim, e somente eu, guilhotina, o prazer da palavra escrita. a 1LUM3 não consegue escrever sequencialmente. a Luiza está preocupada com outras coisas. mas eu… isso aqui é meu. se eu juntar todas as sequências de textos, como faço com fotos, eu consigo me ver transbordar muito mais agora. eu me transbordo na sabedoria de existir mediando a dor, equilibrando o desequilíbrio literalmente na palma das mãos. alcancei um nível de maturidade que só apareço pra constatar a realidade, ao invés de me usar em prol da negação de viver me sendo. I GOT YOU. I GOT ME. saquei todo o movimento de instigar tudo que condensei vivendo até agora em calma pra lidar com o minuto seguinte ao perceber o minuto em que estou. finalmente entendi que o presente é tudo que tenho, então é dele que eu vou usufruir. tudo me é tão precioso que o pensamento não aflige pra machucar. ele só se mostra real. sempre coube da maneira que coube. acho que traduzi minha história fielmente, e somente eu pra garantir isso. vejo, sinto, saboreio, admiro. o sabor da minha vitória é ameno. é confuso, mas é o melhor sabor que já senti.

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